Huw Pill, economista-chefe do Banco da Inglaterra, sinalizou que é hora de reavaliar o ritmo do afrouxamento monetário. Segundo ele, o banco central agora está preparado para reduzir as taxas de juros de forma mais gradual do que se esperava anteriormente. A razão é simples: a inflação ainda não dá sinais de trégua.

Considerado um dos membros mais rigorosos do Comitê de Política Monetária, Pill lembrou ao público que a inflação subjacente continua “persistente demais”. Como o banco central já iniciou o ciclo de flexibilização, será necessário agora avançar com mais cautela.

“Durante sua fala no Instituto de Contadores Certificados da Inglaterra e País de Gales, Huw Pill afirmou que era hora de reconhecer que a pressão inflacionária ainda não havia desaparecido e destacou que a situação atual não representava uma paralisação, mas sim um passo mais cauteloso no processo de afrouxamento monetário.

Ele admitiu que as taxas de juros podem ser reduzidas ainda mais ao longo do próximo ano, desde que a economia se comporte “conforme o planejado”. Como se sabe, planos raramente sobrevivem ao contato com a realidade, motivo pelo qual Pill destacou que afrouxar muito rápido ou de forma agressiva poderia reacender a inflação.

Em resumo, essa pausa não é uma rendição, mas um respiro para o Banco da Inglaterra. É, nas palavras de Pill, “um salto, não uma parada” no caminho para a normalização da política monetária.

Ainda assim, seu tom transmitia mais preocupação do que tranquilidade. As expectativas de inflação se tornaram arraigadas e já não podem ser ignoradas.

A mensagem foi clara: o Banco da Inglaterra seguirá com cautela, mesmo que os mercados desejem um espetáculo. Aqueles que esperavam uma sequência rápida de cortes de juros terão de ajustar suas expectativas. A partir de agora, o afrouxamento monetário será mais lento e totalmente dependente dos dados, especialmente porque os indicadores econômicos frequentemente desafiam as previsões.